Onde estarão as palavras todas? Procuro-as sem conseguir encontrar.
Foram-se; mui provavelmente para o mesmo lugar para onde foram os sentimentos. Seguiram-nos, com certeza.
Nada mais há dentro de mim além deste torpor apático.
Se ao menos bucólico fosse...
Mas não, nada mais há, nem mesmo a nostalgia.
Todo o turbilhão que existia dentro de mim dorme agora esse sono letárgico. Não passo de matéria vã e amorfa, sem alento ou consternação possíveis: alegoria prosaica num teatro vil, onde as tragédias passam por mim tão incólumes quanto as alegrias.
Como hei de traduzir agora sentimentos que não os tenho?
Não sei. Faltam-me palavras.